DTM, SONO E DOR OROFACIAL
DIAGNÓSTICO
O mais importante em todo e qualquer tratamento é o diagnóstico. Somente através de um bom diagnóstico é que podemos encontrar a fonte do problema que o paciente refere, e então definir o plano de tratamento mais adequado para cada caso. Com o advento dos exames de imagem em 3D, a ciência possibilitou o estudo de muitas medidas e dados que não tínhamos acesso no passado, tornando o diagnóstico mais preciso e objetivo.
BRUXISMO
O bruxismo é uma condição que tem se tornado cada vez mais comum, e consiste no apertar e/ou ranger de dentes. Ele tem origens multifatoriais e, por isso, precisa de tratamento multidisciplinar. Podendo causar diversas consequências como dores musculares e fraturas dentárias, o bruxismo pode estar associado também a problemas na ATM, distúrbios do sono, problemas respiratórios, fatores emocionais, má posição dos dentes e das bases ósseas (maxila e mandíbula), entre outros.
VISCOSSUPLEMENTAÇÃO
Um dos tratamentos mais eficazes para problemas articulares, a viscossuplementação é a injeção intra-articular de ácido hialurônico. Esse material atuará resgatando a viscosidade do líquido sinovial, presente no interior das nossas ATMs. Além disso, ele melhora a lubrificação, a nutrição e absorção de impactos dos tecidos articulares.
BIOSSUMPLEMENTAÇÃO
Muito similar à viscossuplementação, a biossuplementação é a injeção intra-articular de fibrina rica em plaquetas (PRF). Nesse procedimento, componentes do sangue do próprio paciente são o material utilizado. As plaquetas são células sanguíneas que têm alta atividade no processo de cicatrização. Utilizando esse agregado plaquetário nos tratamentos de DTM, é possível estimular o reparo tecidual das nossas ATMs, especialmente do tecido ósseo da cabeça da mandíbula.
FISIOTERAPIA ESPECIALIZADA
Com uma grande importância nos tratamentos de DTM, a fisioterapia especializada é fundamental para um bom prognóstico. Além de reequilibrar o funcionamento muscular do paciente, o tratamento fisioterápico melhora dores musculares e também o controle biomecânico dos movimentos mandibulares. Alguns tratamentos, como os de visco e biossuplementação, demandam a fisioterapia para que possamos obter bons resultados.
DORES DE CABEÇA
Dores de cabeça frequentes podem trazer muito sofrimento e podem ser, inclusive, incapacitantes. Mas você não precisa conviver com isso! As cefaleias podem ser primárias ou secundárias (associadas a outros problemas de saúde), e podem ser do tipo tensional ou do tipo migrânea (enxaqueca). Com um diagnóstico preciso, é possível elaborar um plano de tratamento adequado, evitando o abuso medicamentoso de analgésicos no dia-a-dia.
DORES MUSCULARES
Quando em disfunção, os músculos fazem compensações e acabam trabalhando em desequilíbrio. Por isso, dores musculares são muito frequentes em pacientes com problemas articulares, sendo mais comuns na região das têmporas, da mandíbula, do pescoço e dos ombros.
ESTALIDOS NA ATM
Entre a cabeça da mandíbula e a base do crânio existe um disco articular, formado por tecido fibroso, que protege a superfície óssea de ambos os lados da ATM. Ao abrir e fechar a boca, esse disco deve se movimentar junto com a cabeça da mandíbula. Quando o disco não está bem posicionado, os movimentos de abertura e fechamento da boca podem gerar estalidos ao recapturar o disco. Com o passar do tempo, o disco pode seguir deslocando progressivamente até que a cabeça da mandíbula não consiga mais realizar a recaptura. Neste ponto, os estalidos podem cessar, mas a superfície óssea estará desprotegida e sujeita ao desgaste ósseo.
LIMITAÇÃO NA ABERTURA BUCAL
A limitação de abertura bucal pode ocorrer por vários motivos. Frequentemente associada ao deslocamento do disco articular, a abertura da mandíbula pode ficar reduzida se esse disco estiver fora de posição. Além disso, disfunções musculares também podem diminuir a abertura bucal.
DESVIO NO MOVIMENTO MANDIBULAR
As nossas ATMs são articulações de um osso único (mandíbula), e por isso elas devem funcionar em simetria. Quando essa simetria não ocorre, podemos observar um desvio nos movimentos de abertura e fechamento. A assimetria e o desvio mandibular são indicativos de disfunção temporomandibular.
TRAVAMENTO DA MANDÍBULA
Em situações mais intensas de disfunção temporomandibular (DTM), o travamento da mandíbula pode ocorrer com a mandíbula em duas posições: aberta ou fechada. O travamento fechado normalmente está associado com rigidez muscular (trismo), deslocamento de disco ou doenças sistêmicas que podem enrijecer as articulações, como por exemplo a artrite. No travamento aberto, as estruturas da ATM podem estar mais comprometidas, deixando que a mandíbula se movimente além do seu limite natural e travando na posição aberta. Em casos de travamento aberto, é necessário consultar para reposicionar a mandíbula de maneira adequada e profissional. Caso o paciente tenha reposicionado em casa, é necessário consultar para verificar a saúde articular após esse trauma e evitar que novos episódios semelhantes aconteçam.
NEVRALGIA
Uma das dores mais intensas conhecidas, a nevralgia é a dor ocasionada pela lesão de um ou mais nervos. Essa dor é caracterizada pela sensação de choques na região acometida, e causa grande sofrimento aos pacientes. Seu tratamento é complexo e multidisciplinar, envolvendo profissionais de diferentes áreas e demandando diferentes tratamentos como medicamentos, laserterapia, toxina botulínica, entre outros.
APNEIA DO SONO
Quando a maxila e a mandíbula estão posicionadas muito para trás, elas causam o estreitamento das vias aéreas. Ao dormir, a musculatura relaxa e pode obstruir a passagem de ar, fazendo com que nosso sistema nervoso gere um gatilho de emergência para que façamos movimentos mandibulares (bruxismo) durante o sono a fim de desobstruir a via respiratória. Ronco, indisposição ao acordar, dificuldade de concentração, sensação frequente de cansaço e tendência à obesidade são algumas consequências da apneia do sono. A longo prazo, a apneia do sono pode evoluir para quadros graves de saúde, como infarto e acidente vascular encefálico (AVE).
POLIGRAFIA
A poligrafia é um exame do sono simplificado (polissonografia tipo IV), utilizado como auxiliar diagnóstico no acompanhamento de tratamentos relacionados ao sono. Utilizando apenas um sensor compacto sem fios e o celular do próprio paciente, esse exame pode ser realizado em casa de maneira mais confortável. Esse exame não é capaz de monitorar ondas cerebrais e estágios do sono, mas acompanha com excelência a saturação de oxigênio, a movimentação durante a noite, a frequência cardíaca e o ronco do paciente.
COMPLICAÇÕES DENTÁRIAS
As disfunções da ATM podem gerar uma série de consequências nos dentes, como desgastes, fraturas, recessão gengival, lesões de abfração, entre outros. Algumas das complicações podem acarretar até mesmo na perda de elementos dentários. Além dos dentes naturais, tratamentos previamente realizados também podem apresentar complicações como descolamento de lentes de contato, perda de osseointegração de implantes, fratura de coroas cerâmicas, entre outros.
ZUMBIDO
Muitas são as causas do zumbido, e a DTM pode estar associada a esse problema. Ao lado da ATM encontra-se o ouvido, e uma disfunção articular pode gerar um estímulo contínuo à inervação do ouvido, fazendo com que nosso sistema nervoso interprete esse estímulo na forma de um zumbido. O tratamento de zumbido é multidisciplinar, e tratar a DTM é uma das etapas do tratamento.